11/12/2020

Móveis x floresta

 

Os móveis e a preservação de nossas florestas

Temos a necessidade de explorar as florestas, mas é preciso ter critérios



Vimos há mais de uma década pensando na questão do uso da madeira para a fabricação de móveis no Brasil. Temos desenvolvido atividades visando a valorização desse material como matéria-prima e, principalmente, promovendo a valorização da diversidade de madeiras encontradas em território brasileiro.
Antes que paire alguma dúvida, deve-se esclarecer que não há nada de errado em utilizar madeira e nem mesmo a madeira da Amazônia. Se, à primeira vista, parece que restringir o uso da madeira é a solução para a devastação florestal, quando pensamos na questão ambiental como um todo, vemos que utilizar madeira é bom, pois, além de matéria-prima proveniente de fonte renovável, é também biodegradável.





E qual é, então, a solução para a devastação florestal? A primeira delas é valorizar a floresta como recurso não só para a produção madeireira, mas também de frutos, flores, plantas medicinais, óleos e tantos outros produtos, além de ambiente propício para a manutenção da biodiversidade animal e vegetal, da qualidade da água, do ar, para a sobrevivência de diversas populações. É preciso que, culturalmente, deixemos de considerar a floresta como um empecilho e passemos a vê-la como um benefício.
Outra solução é entender que, apesar de termos o direito e a necessidade de explorar as florestas, é preciso fazê-lo com critérios hoje sintetizados na expressão ¿manejo sustentável¿. Por essas e outras razões é que defendo a valorização da diversidade. Não só para evitar a destruição pelo desconhecimento e desvalorização, mas também contribuir para que critérios adequados de exploração das florestas possam ser aplicados. Aproveito também para explicar que não existe madeira ecologicamente correta, mas sim sistemas de exploração de madeira ecologicamente corretos. Só com a valorização da madeira será possível incorporar, a este segmento, conhecimento e tecnologia capazes de resolver um problema tão sério quanto a má exploração florestal, ou seja, o desperdício de matéria-prima.



Em exposições do Brasil Faz Design¿, já encontrei belas peças fabricadas com faieira, casca-preciosa, guariúba, maçaranduba, cumaru, cedrinho, pau-amarelo, roxinho, sucupira-vermelha, sucupira-amarela, louro-itaúba, tauari-vermelho e envira-de-cotia. Mais gratificante ainda é saber que por traz de cada peça há pessoas que não só compraram idéias e ideais, mas os levaram adiante.
Nossa consideração para com todos que, anonimamente ou não, vêm contribuindo para a questão ambiental, respeitando os recursos florestais e valorizando a madeira.
Talvez até valesse aqui uma menção de que os estados do Acre e Amapá fizeram uma opção pela floresta e estão conseguindo que pessoas que abandonaram suas origens para viver na periferia das grandes cidades voltem para a floresta e dela consigam sua sobrevivência e prosperidade com dignidade.
Concluindo, é gratificante constatar que o Brasil ¿ único país a ter seu nome relacionado a uma árvore ¿ 500 anos depois, redescobre suas madeiras e se volta para suas florestas.

Matéria publicada na Revista Marcenaria Moderna no. 40, abril/oo


Tudo sobre o MDF.

 

Sobre o MDF – O que é?

 

Medium-density fiberboard (em inglês), Placa de fibra de média densidade, em tradução livre, mais conhecido como MDF (Dutra 2015), é um material derivado da madeira. O MDF é um material uniforme, plano e denso, não possuindo nós. Empregado principalmente em móveis, é um ótimo substituto para a madeira, em exceção para quando é necessária maior rigidez.[1]

O MDF é fabricado através da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e outros aditivos.[2] A madeira é desfibrada, e estes são cozidos no vapor e pressão, se separando uniformemente. Posteriormente são ligados com resinas e passam por um processo de calor e prensagem que lhe dá o tamanho desejado.[1]

Produto relativamente recente, foi fabricado pela primeira vez no início dos anos 60 nos Estados Unidos. Em meados da década de 70, chegou à Europa, quando passou a ser produzido na antiga República Democrática Alemã e, posteriormente (1977), foi introduzido na Europa Ocidental através da Espanha. No Brasil, a primeira indústria iniciou sua produção no segundo semestre de 1994.

O MDF possui consistência e algumas características mecânicas que se aproximam às da cortiça. Algumas de suas características são superiores às do aglomerado, caracterizando-se ambos por possuir boa estabilidade e grande capacidade de adsorção de tinta.

A homogeneidade proporcionada pela distribuição uniforme das fibras possibilita ao MDF acabamentos do tipo envernizado. É um material com várias aplicações e substitui com vantagens a própria madeira em muitas delas.


Tipos


As chapas de MDF são fabricadas com diferentes características, que variam em função de sua utilização final. Como exemplo citamos, além das chapas normais, as chapas resistentes ao fogo e as chapas resistentes a água. Existem também chapas fabricadas com maior quantidade de plástico, o que lhes permite aplicações que requeiram maior resistência à flexão ou a choques.

As espessuras das chapas variam de 3 mm até 60 mm, sendo as mais grossas utilizadas em elementos estruturais ou decorativos de arquitetura e móveis (pés torneados para mesas, por exemplo).

O MDF é oferecido ao mercado basicamente com três acabamentos: chapas cruas, chapas com revestimento laminado de baixa pressão e chapas com revestimento finish foil:

·         As chapas cruas são fornecidas ao usuário principiante de forma que possa ser realizado o acabamento das peças através de pintura, revestimento com PVC ou estamparia;

·         As chapas com revestimento com laminado de baixa pressão são produzidas através da pressão de um laminado (Papel Melamínico disponível nos padrões madeirados e unicolores) sobre o MDF, que é fundida através de pressão e temperatura ao painel de MDF, resultando em uma chapa já pré-acabada. Pode-se revestir ambas as faces ou apenas uma, permitindo ao usuário usinar a face não revestida e acabá-la através de pintura acolchoamento;

·         As chapas com revestimento finish foil são produzidas por adição de uma película de papel de fotografia, resultando em um produto já acabado. Essa película pode ser impressa com padrões madeirados ou em cores. Algumas chapas contêm partículas de sal.


·         Usos e aplicações


·         O MDF destina-se, principalmente, à indústria moveleira. O uso do MDF é frequente como componente de móveis para partes que requerem montagem. Destaca-se a componentes frontais, internos e laterais de móveis, fundos de gaveta e tampos de mesa, e ainda caixas de som.

·         Na construção civil, pode ser utilizado como pisos finos, rodapés, almofadas de portas, divisórias, portas usinadas, batentes, balaústres e peças torneadas.

·         Também já foi usada para a fabricação de bumerangues, mas foi substituída por materiais com maior resistência mecânica e densidade mais apropriada para o voo. Apesar disso, algumas pessoas ainda o utilizam para o aprendizado, pois é de fácil usinagem.

·         A principal matéria-prima utilizada pelas fábricas de MDF é o pinus. No Brasil, a madeira de pinus é obtida a partir de plantios florestais de larga escala.